Acho que a maioria dos corredores já passaram pela terrível fase de amar a corrida, mas colocar na balança se vale a pena tudo mesmo?
Essas dúvidas aumentam quando nossas responsabilidades e exigências aumentam com elas, quando passamos a exigir evolução, melhores tempos, melhor condicionamento e melhor pace. Só que pra isso é necessário aumentar os treinos, as distâncias e os comprometimentos, e se não seguramos a nossa onda e euforia, começamos a emendar uma prova na outra desesperadamente querendo participar de tudo a cada final de semana, e a lesão é certa! Ela pode demorar, mas chegará e brutalmente, colocando a gente mesmo contra a parede, e nossos sonhos e metas um pouco fora do alcance. Daí surge a terrível dúvida: por que? Por que tudo isso? Por que cheguei nesse ponto? Por que eu corro mesmo? Será este o preço mesmo? Irei me lesionar sempre?
É neste momento que precisamos resgatar no fundo de nosso coração porque nos cobramos tanto? Porque não correr simplesmente pelo prazer de correr, pela alegria de ter mais saúde, liberdade, terapia, alegria. Não digo que é errado ter objetivos e focos, muitos sonham com pódios (eu sonho), mas quando temos outras atividades para equilibrar nessa jornada, tudo tem que ser na medida certa, nada pode pesar mais do que o outro, senão o prazer vira uma fardo. E correr é tão bom, não é? Nos ensina tanta coisa. Em vencermos desafios, obstáculos, dificuldades. É você mesmo fazendo por si mesmo!
Quando eu passei por essa bad de me lesionar e ter que repousar por quase 2 meses em janeiro deste ano, eu me fiz todas essas perguntas.
Refleti N vezes e reorganizei tudo. Tem dias que queremos correr e conquistar recordes pessoais, RPs, evoluções e chegar mais longe cada vez mais, mas tem dias que queremos correr por correr, sem cronometrar, sem monitorar, sem competir, porque sim, é uma competição, de você com você mesmo. Tem dias que quero sim, fazer um p.. tempo e me superar no meu limite, mas tem dias que não to nem aí para que pace eu fiz, ou em qual tempo eu fiz. Vejo muita gente perguntando assim que qualquer prova é concluída: Qual foi o seu pace? Em quanto tempo finalizou? Foi mais rápido? Mas e o RP? Mas raramente vejo: Como foi a corrida? O que achou do percurso? Como você se sentiu no trajeto? Você viu a paisagem? Tem momentos que precisamos trazer um pouquinho mais de leveza, e não nos tornarmos escravos de algo que é para fazer bem.
E passada essa BAD, vem o recomeço. Novamente o trabalho de paciência, de começar tudo de novo, de saber esperar e recuperar o condicionamento antes de ter a pausa forçada, ajustar respiração, pace, resistência. O momento de aprender em não se cobrar muito, senão ficamos crazys, e fazer novamente todo o trabalho de formiguinha até chegar no nível que estávamos.
Quem me inspirou em escrever este post foi a @letsrunlah (Larissa Ramos). Lendo um post dela, me revi nele, pois tudo o que ela tá passando, foi o que eu passei no início de ano. E o recado que deixo pra essa guria é: Não desista daquilo que te faz bem! Você vai conseguir e vamos sim, nos encontrar na chegada da Maratona do Rio. Julho temos um encontro marcado! Você me desejou boa sorte quando voltei da lesão e nos encontramos na WRun, me animei, me esforcei, superei as dúvidas, os medos e as cobranças e consegui estrear nos meus 21k em Abril, não na forma que eu havia planejado, mas de uma maneira melhor ainda, participando de uma prova no exterior simplesmente pelo amor e alegria de correr 🙂
Vamos correr pelo prazer de correr!
@patitagil